domingo, 1 de março de 2015

BUROCRACIA: TEORIA E PRÁTICA


Lá nos primeiros períodos da faculdade de administração, debruçados sobre o que considero a bíblia do curso, a Teoria Geral de Administração, aprendemos sobre a Teoria da Burocracia, que desenvolvida pelo economista alemão Max Weber pretendia dentre outras coisas que, funcionários cumprissem tarefas de acordo com regras e regulamentos escritos.

Na teoria, funcionaria de modo a envolver o maior número de pessoas em processos bem definidos a fim de evitar o retrabalho e erros para deliberação, seguindo procedimentos rotineiros, o que seria mais ágil e exemplar. Segundo Weber, “a burocracia era a organização por excelência”.

Porém, na prática, a burocracia virou um adjetivo, negativo é verdade. Quando falamos em algo burocrático logo associamos a algo demorado, feito com má vontade de se resolver demandas, dificultando e engessando todo o processo, deixando a bel prazer dos burocratas, e sabe-se lá quando conseguiremos a solução.

Logo ligamos burocracia a órgãos públicos, na verdade ela surgiu para repartições públicas e o controle estatal, entretanto cada vez mais empresas privadas buscam – sabe-se lá por que – burocratizar demais seus processos, demorando assim nas decisões que precisam ser cada vez mais ágeis diante de toda dinâmica do mercado.

A burocracia não é de toda ruim, sua ideia inicial era tonar tudo mais eficiente, mas seu fracasso na aplicação é cada vez mais comum, e de certa forma, todos nós sofremos.

Não falo aqui que devemos acabar com a burocracia, não mesmo, ela é importante. Devemos aperfeiçoá-la, remodelando-a aos novos tempos e a novas tendências, onde ano após ano, estamos apenas transformando a burocracia numa burrocracia aceitável.

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A MOTIVAÇÃO EXISTE?


Todo ser humano é motivado por algo para desempenhar suas tarefas diárias, seja hobby, por motivo de saúde, trabalho, ou qualquer outra coisa. Motiva-lo é algo estudado há muito tempo, diversos teóricos já se debruçaram sobre o tema sob diversos pontos de vista, situações, pesquisas e todo o universo que envolve essa tão complexa sensação.

Há quem diga que a motivação, principalmente, no trabalho, está no bolso. Receber seus vencimentos em dia, e um valor que se ache correto para as atividades que se desenvolve basta para que se esteja motivado. No entanto, o que muitos empresários que comungam deste pensamento não levam em consideração é que o mundo como um todo vem cada vez evoluindo mais rápido, pessoas e pensamentos também. A globalização do mercado fez e faz com que as empresas precisem reter seus talentos e só o salário não é mais motivação plena, nos tempos de hoje em muitos casos pesa mais o nível de qualidade vida que a empresa irá oferecer, antes até do que o salário a ser pago.

É certo que o ponto fundamental em uma empresa e que é algo já batido por diversos especialistas se refere ao clima organizacional sendo como um termômetro para qualquer organização, se o clima vai bem, a empresa ganha, caso contrário à derrocada é inevitável.

Eis aí um dos principais papeis do RH em uma organização, saber avaliar e sentir o clima, identificar a causa de possíveis problemas e soluciona-los o quanto antes. Outro grande equívoco do empresário é achar que o Departamento de Pessoal e o RH são a mesma coisa. Enquanto um trata o funcionário de forma mais burocrática, como mera estatística quantitativa, o outro procura entender cada colaborador, suas forças, fraquezas, necessidades, que são quase sempre bem complexas; e particular de cada indivíduo. Não podemos nem devemos medir todos pela mesma régua.

O RH tem um árduo trabalho e muitas vezes é pouco reconhecido pelo empresário, que entende que tudo aquilo é apenas teoria e que não lhe dará um retorno tangível. Engana-se de novo.

Talvez seja essa uma grande diferença entre o administrador de empresa e o empresário. Enquanto o administrador acredita em processos bem definidos, comunicação eficiente e no principal, o fator humano como engrenagem para o sucesso da organização, o empresário, por outro lado, acha tudo muita perda de tempo e que ter salários em dia e preço competitivo bastam para a empresa ser bem sucedida.

O mercado está cada vez mais competitivo e homogêneo, e o que diferencia uma empresa de outra é o clima em que ela se encontra. Não adianta colocar valores apenas no papel e achar que serão seguidos, a empresa transmite aquilo que seus líderes são.

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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

ESTÁGIO NÃO É SÓ NA FACULDADE





Trabalho em uma Instituição que, entre outros serviços, mantém um projeto de inclusão de estagiários nas empresas. Não vou aqui me estender a explicar sobre a legislação de estágio, suas características, o que pode ou não pode ser feito, pois será assunto para outro artigo.

Gostaria de compartilhar com vocês a situação dos estudantes de Ensino Médio das escolas públicas brasileiras. Recebemos diariamente estudantes que se inscrevem para concorrer às vagas de estágio para Ensino Médio Regular, onde o aluno (estagiário) é encaminhado à empresa para desenvolver atividades que o preparem para vida cidadã e para o trabalho, recebendo uma contraprestação em forma de Bolsa-Auxílio pelas atividades desempenhadas.

Ao preencher o cadastro, perguntamos dados básicos e é ai onde começa a dura realidade da distorção do acesso à tecnologia. Seguindo estimativas pessoais que considerei ao longo de quase 04 anos, ao serem perguntados se possuem um endereço de e-mail, cerca de 70% dos estudantes respondem o seguinte: - Sim, tenho o do Facebook. Ao serem perguntados se acessam a caixa de entrada desse e-mail, cerca de 90% respondem: - Não, só uso para o “Face”.

Prosseguindo, ao serem perguntados sobre conhecimentos em informática, cerca de 50% responde conjuntamente: - Sei um pouco do Word, Excel e Power Point. Alguns acrescentam conhecimentos em algum programa de edição de fotos. Ainda respondendo a questão, cerca de 20% afirma não ter conhecimento nenhum em informática. Os 30% restantes respondem mecanicamente: - Sim, sei o básico. Ao serem questionados mais especificamente sobre esse “básico” a maioria responde: - Ah, o básico, Facebook, blog, acessar sites que eu gosto. Continuando o questionamento, sempre me aprofundo um pouco procurando conhecer até onde vai essa deficiência, então geralmente pergunto: - Você sabe ligar e desligar o computador, abrir pastas e documentos? A resposta é esmagadoramente: - Não! Só a internet mesmo.

Daí todos os dias me pergunto como acontece essa democratização do acesso à tecnologia, em que um aluno de Ensino Médio possui acesso ao computador na escola, mas não aprende a utilizar a ferramenta com início, meio e fim. Aprende apenas uma mínima parte do processo, o necessário para determinada atividade ou nem mesmo isso.

É um aprendizado precário, de fachada. Não estão formando, estão enganando a educação, oferecendo um “mais ou menos”. Ai pergunto a você: O que um jovem fará com esse falso conhecimento ao ingressar no mercado de trabalho? Logo a empresa perceberá suas deficiências e se não conseguir aprender na marra e em pouquíssimo tempo, estará fora com certeza.

Inúmeros estudantes de Ensino Médio Regular buscam estágios, tão jovens, com muita vontade de trabalhar, de ser alguém, de conquistar algo, mas percebo que eles estão com a visão embaçada, não conseguem enxergar para onde devem ir, o que devem fazer, estão soltos, perdidos, sem orientação profissional, sem capacitação técnica e comportamental.

Uma das diretrizes do Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020 é a “formação para o trabalho”, mas o que vejo na educação de Ensino Médio, é uma propagação de um mínimo conhecimento, de forma precária e que acrescenta muito pouco a formação para o trabalho desses estudantes.

Seguindo este caminho, o governo segue criando um arsenal de programas que são, na verdade, mais pedaços da colcha de retalhos e que não precisariam ser implantados, gastando milhões e milhões, se fossem oferecidas as condições necessárias para que a educação de Ensino Médio cumprisse o que determina suas diretrizes.   

E os jovens estudantes seguem suando, tentando, quebrando a cabeça, alguns desistem e seguem caminhos obscuros, outros se salvam por pouco e ficam estagnados, enquanto uma pequenina parte consegue seguir em frente e alçar voos maiores.

Um abraço!

Daniele Paulino

terça-feira, 23 de julho de 2013

PROCURA-SE ESTAGIÁRIOS COM EXPERIÊNCIA, PODE ISSO ARNALDO?

Imagem: Google
Recentemente ouvi na rádio CBN o Max Gehringer tirando a dúvida de um ouvinte sobre a exigência de algumas empresas em se contratar apenas estagiários com experiência. Diante disso me veio à necessidade de expor minha opinião sobre esse tema.

Eu particularmente acho desnecessário tal exigência tratando de uma atividade de aprimoramento profissional relacionada à alguma área de estudo, não há vínculo empregatício, logo não se deveria cobrar alguma experiência.

Infelizmente isso não é regra e as empresas (principalmente as privadas) podem fazer qualquer tipo de exigência que achar conveniente para o melhor desempenho das atividades dos futuros estagiários.

São poucas as organizações que enxergam o estágio como uma via de mão dupla, devendo ser tão bom para a empresa quanto para o jovem estudante sedento de conhecimento e de toda dinâmica que envolve uma empresa, é cada vez mais comum o estagiário ser contratado apenas como mão de obra barata, pela facilidade da contratação que não incluem os vínculos de empregabilidade regidos pela CLT.

Se a maioria dos empresários soubessem como é importante para a formação do estudante essa oportunidade, vivenciar toda aquela atmosfera, conhecer na prática tudo que ele adquire de teoria na faculdade; Fica muito mais simples e tudo faz sentido, sem contar que a empresa tem a oportunidade de moldar o estagiário para uma possível efetivação, tendo um profissional sem vícios de outras empresas e que respira a missão, visão e valores da organização.

Mas também não podemos cobrar apenas dos empresários, muitos estudantes deixam para os últimos semestres da faculdade para procurar um estágio, apenas para cumprir possíveis grades curriculares exigidas pela instituição de ensino, aos neófitos que ingressam nessa nova jornada, indico que quanto mais cedo você adquirir essa experiência, mais fácil virão outras oportunidades, sem contar que a aprendizagem fica muito mais atraente, porque o estágio nada mais é do que um treinamento profissional e deve ser tratado como tal.

Estou no Twitter: @vanildoneto


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

ERRO FATAL NAS REDES SOCIAIS


Em busca de um público cada vez mais crescente, as empresas vêm aderindo as redes sociais para interagir, divulgar e promover seus produtos, serviços e marca. É muito simples uma empresa se conectar ao mundo virtual através das redes sociais, além de ser totalmente grátis o seu cadastramento.

Essa facilidade na inclusão digital deixou a internet como fácil chamariz para novos clientes numa forma rápida e objetiva. Porém nem tudo são flores nas chamadas mídias/redes sociais, em decorrência de toda essa facilidade, muitas empresas  ainda se negam em colocar um profissional devidamente capacitado para gerenciar seus perfis na rede, uma empresa que assim age, perde total credibilidade e ganhe antipatia dos usuários se não for dada uma resposta que satisfaça clientes ou possíveis futuros clientes. 

Design:  significa o ato de criar e dar forma para algo.
Designer: é o profissional que está habilitado a efetuar atividades relacionadas ao design

Não precisa ser nenhum expert para saber diferenciar isso.




Na última sexta-feira (01) me deparei com uma discursão que me chamou atenção pelas redes sociais, a designer alagoana @LuaBeserra questionou a empresa New Center Informática por divulgar um curso na tv com a escrita errada, que no caso era Web Desingn, que o correto deveria ser Web Designer. Ao invés da empresa em questão procurar se redimir do erro latente e agradecer a quem lhe tentou orientar e procurar corrigir, resolveu vim com sucessivos pré-julgamentos que nada tinham a ver e que não cabia ao perfil da ORGANIZAÇÃO em questionar, principalmente pela forma tão grosseira e pouco amistosa.

Vejam só a forma de abordagem da empresa

O que me assusta com tudo isso é que se trata de uma empresa com várias filiais por todo o Brasil que talvez se utilize da mesma abordagem em todas as regiões.
Empresas que não aceitam críticas estão fadadas ao fracasso. Eu nunca fiz curso na News Center, mas com certeza depois dessa atitude grosseira nem me passa pela cabeça em procurar essa instituição para algo do tipo.

Seria menos vergonhoso para a empresa se quem respondesse ao consumidor fosse outro perfil (empresário / funcionário) e não o da instituição, e é claro com um tom mais amistoso. A empresa News Center respondendo nesses termos deixou a entender que toda a ORGANIZAÇÃO trata clientes / possíveis clientes dessa forma estúpida e abominável.


Revolta de quem lia as postagens

Por fim a empresa ainda tentou argumentar que o perfil em questão não era "oficial" da News Center, mas sim de um grupo de alunos que o manuseavam. Ou seja, surge um erro pior que o outro, se já não se coloca profissionais capacitados para gerir as redes sociais o que dizer de alunos sem nenhum conhecimento institucional para embates como esse, onde a resposta mostra bem o nível da sua "capacitação".

"Errar é humano". Porém, não existe lugar para erros no mundo corporativo, e as empresas podem pagar muito caro quando eles acontecem."

O que infelizmente é cada vez mais frequente.


Um abraço a todos!






Frase do dia