Devo admitir que essa reportagem ganhou bastante da minha atenção por falar de uma empresa que eu conheço de perto, afinal de contas, morei lá durante 10 anos.
A reportagem fala da JBM – J. Bueno e Mandaliti – situada em um galpão de 2000 metros quadrados no centro de Bauru. O interessante sobre este escritório de advocacia não é exatamente sua localização, sua carteira de clientes e muito menos sua tradição na cidade, e sim o tipo de causas que ele atende. O foco principal da empresa são aquelas milhares e milhares de pequenas causas que as empresas odeiam (pois geralmente são ações de consumidores insatisfeitos) e que nenhum escritório de advocacia gosta – também conhecidas como “contencioso de massa”.Outro ponto que merece nossa atenção é o fato de o escritório ter apenas 3 anos (na verdade o Mandaliti existe há mais tempo do que isso, mas acredito que eles devem estar contando desde quando o J. Bueno entrou para o negócio), e ter um faturamento previsto de R$110 milhões para 2011. Com sua metodologia de trabalho (algo bem próximo a uma linha de produção, como ilustra a figura acima) e política de cortes de custos ao extremo, a JBM transformou uma montanha de ações indesejadas em uma formidável fonte de faturamento (afinal de contas, sempre haverão consumidores insatisfeitos, e a tendência é que existam cada vez mais reclamações e ações).
Cada vez mais precisamos reinventar a maneira de fazer negócios e de criar novas oportunidades. A JBM mostrou que mesmo em uma área sempre dita como “saturada”, como é a área de direito, sempre há espaço para novas idéias e empreendedorismo. Parabéns a eles! E que todos possamos aprender com mais este caso de sucesso.
De Florianópolis,
Hugo Oliveira Campos.
Fonte: Revista EXAME, Edição #990, páginas 70 a 72.
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