sábado, 9 de abril de 2011

EXAME – Um vilão para o Google?

Depois de um bom jejum nos meus posts, volto à regularidade de postagens.

Para recomeçar, queria perguntar: O que vale mais a pena: Ser ético ou ganhar dinheiro?

Dilema

A reportagem sobre como a empresa Demand Media, nos Estados Unidos, cria páginas sem conteúdo algum, apenas para que elas estejam no topo dos mecanismos de busca, como o Google, o Bing, etc., mostra que este dilema é muito mais evidente e escancarado do que geralmente pensamos que fosse.

André Faust explica como a empresa (a Demand Media) funciona e conta do sucesso que tem obtido até o momento. As chamadas “fazendas de conteúdo” já renderam milhões de dólares e um IPO que fez com que a empresa passasse a estar avaliada em 1,5 bilhão de dólares (é isso mesmo, você não leu errado: fazer páginas sem conteúdo apenas para aparecer no topo das pesquisa é um negócio que vale 1,5 bilhão de dólares).

Agora, imagine a enorme pedra no sapato que o atual presidente da Google, Eric Schmidt, tem para solucionar. O algoritmo de pesquisa da Google é secreto, mas já tem muitos de seus artifícios “manjados” e decifrados pelos especialistas em web design. Alterá-lo drasticamente é a alternativa mais provável, mas isso sem dúvida tornará as buscas mais “pesadas” para os servidores da Google, e vai encarecer ainda mais seu carro-chefe: links patrocinados nas buscas.

Agora, voltando a pergunta que fiz no início da reportagem: Vale mais a pena ser ética ou ganhar dinheiro?

O pessoal da Demand não fez nada ilícito, nem ilegal, e está ganhando rios de dinheiro baseados em uma “falha”, ou melhor, baseados na sua capacidade de descobrir os meios e métodos utilizados pelo Google. Como tudo na vida, tudo tem dois lados. Eles estão ganhando dinheiro, mas às custas de uma “poluição” sem precedentes na internet. Tudo, acredito eu, a troco de ganhar dinheiro. Hum… Pois é… Chegamos naquela parte onde cada um sabe até aonde é seu limite para ser capaz de descansar a cabeça no travesseiro todas as noites.

Tudo é uma questão cultural, de criação, de princípios. Cada um tem os seus e, contanto que sigamos as leis do país, todos tem liberdade de fazer conforme lhe convir. Portanto, até uma resolução definitiva sobre o assunto – que não virá tão em breve –, nada como visitar a boa e velha biblioteca na hora de fazer pesquisas.

De Florianópolis,
Hugo Oliveira Campos.

Fonte: Revista EXAME, Edição #989, 6 de Abril de 2011, Páginas 104 a 106.

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