Espero que esteja tudo bem contigo!
Do latim successu, sucesso é o resultado próspero ou favorável de tentativas ou esforços, a obtenção de riqueza, posição, honras, etc. (Wikcionário)
Mas sucesso em sua essência será que tem significado aparente?
Proponho esta reflexão considerando o paradoxo da felicidade, ou seja, algo que não conseguimos mensurar. Não podemos tentar medir a felicidade da mesma maneira que se quantificam variáveis como altura, peso e pressão arterial dos indivíduos. Observar este fenômeno diretamente está completamente fora do nosso alcance – algo difícil de ser concebido mesmo que especulativamente.
Sendo assim, sucesso traz felicidade e a felicidade traz sucesso. São conseqüências dinâmicas, basta entender que sucesso pode ter vários significados de acordo ao que almeja para si, bem como as premissas que estabeleceu para sua vida.
Max Gehringer publicou na revista Exame o texto “A Executiva Bem Sucedida” que instiga pontos importantes para reflexão sobre o Sucesso, compartilho agora com você...
Foi tudo muito rápido. A executiva bem-sucedida sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou. Deu um gemido e apagou. Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso Portal. Ainda meio zonza, atravessou-o e viu uma miríade de pessoas. Todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava acontecendo, a executiva bem-sucedida abordou um dos passantes: - Enfermeiro, eu preciso voltar urgente para o meu escritório, porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano, porque meu convênio médico é classe A, e isto aqui está me parecendo mais um pronto-socorro. Onde é que nós estamos? - No céu. - No céu?... - É. - Tipo assim... o céu, CÉU...! Aquele com querubins voando e coisas do gênero? - Certamente. Aqui todos vivemos em estado de gozo permanente. Apesar das óbvias evidências, nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando telefone celular, a executiva bem-sucedida custou um pouco a admitir que havia mesmo apitado na curva. Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável. Porque, ponderou, dali a uma semana ela iria receber o bônus anual, além de estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de administração da empresa. E foi aí que o interlocutor sugeriu: - Talvez seja melhor você conversar com Pedro, o síndico. - É? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária? - Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece. - Assim? (...) - Pois não? A executiva bem-sucedida quase desaba da nuvem. À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro. Mas, a executiva havia feito um curso intensivo de approach para situações inesperadas e reagiu rapidinho: - Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma executiva bem-sucedida e... - Executiva... Que palavra estranha. De que século você veio? - Do 21. O distinto vai me dizer que não conhece o termo 'executiva'? - Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo. Foi então que a executiva bem-sucedida teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização. - Sabe meu caro Pedro. Se você me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo aí, só batendo papo e andando a toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sistêmica. - É mesmo? - Pode acreditar, porque tenho PHD em reengenharia. Por exemplo, não vejo ninguém usando crachá. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz o quê? - Ah, não sabemos. - Entendeu o meu ponto? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo isto aqui vai acabar virando uma anarquia. Mas nós dois podemos consertar tudo isso rapidinho implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance. - Que interessante... - É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização e um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver. - !!!...???...!!!...???...!!! - Aí, contrataríamos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande Acionista... Ele existe, certo? - Sobre todas as coisas. - Ótimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias high-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado telestérico, por exemplo, me parece extremamente atrativo. - Incrível! - É óbvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro. Coisa assim de salário de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que você vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar em um Turnaround radical. - Impressionante! - Isso significa que podemos partir para a implementação? - Não. Significa que você terá um futuro brilhante... se for trabalhar com o nosso concorrente. Porque você acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno... |
Sucesso pode significar tudo e ao mesmo tempo nada, se você não souber o que deseja. Ser bem sucedido pode ser ter uma boa família, um trabalho honesto, bons amigos e acima de tudo, ser feliz!
Normalmente termino meu post com alguma frase para reflexão de um grande nome da história, hoje escolhi um texto de minha autoria para refletirmos juntos, vamos lá?
PALAVRAS PERDIDAS
Enfrentou um turbilhão de ideias, navegou entre pensamentos num mar em fúria de palavras perdidas que certo dia um jovem capitão ousou arriscar.
Sem plano, sem rumo, questionava a imensidão daquele local no aguardo de respostas, mas apenas conseguia submergir em seus próprios sonhos. Não entendia porque o vento soprava ao norte, se o caminho que lhe parecia mais seguro estava ao sul.
Abordo estava uma pequena tripulação, que dependia das escolhas certas de seu jovem capitão. Partilhavam de seus sonhos, de suas angustias e alegrias. Também almejavam conquistas, mas todos eram alimentados pelas realizações de seu comandante.
Entre conversas ao entardecer na proa de seu barco simples, o jovem capitão questionava o porquê de ter ocupado aquele posto sem a devida experiência, sem o conhecimento, sem perguntarem se era aquilo que queria pra si. As respostas ecoavam pela brisa da noite num mar agitado que o impedia de descobri-las sem antes aprender a navegar.
Em seu diário de bordo, aquela noite, tentou escrever novamente. Folheou poucas páginas até encontrar uma em branco, notou que já estava muito tempo no mar e tinha uma estória muito curta transcrita ali. Pegou sua pena, centralizou a luz falha sobre o diário, segurou firmemente a mesa que escorregava num espaço pequeno devido à inquietação do mar, e quando foi procurar a tinta preta que registraria suas palavras não a encontrou...
Angustiado, pois sentia que poderia tornar aquele momento diferente, desbravar entre as páginas tão brancas quanto a areia da praia de onde zarpou traria conforto, mas pela falta de um recurso resolveu deitar-se e tentar dormir.
Mais inquieto entre seus lençóis do que seu barco rompendo as ondas enquanto outras quebravam na lateral de seu casco, o jovem capitão, silenciou-se. Paralisado, limpou sua mente e começou a prestar atenção naquele movimento, tentando encontrar respostas.
Entre um abrir e fechar de olhos, um raio de luz rompeu a cabine e atingiu em cheio seu rosto, neste momento percebeu que já era dia. Em silêncio, levantou... pegou sua bússola, seguiu até o convés onde sua tripulação já o aguardava em busca das instruções daquela manhã. Entre uma olhada rápida ao horizonte e para o manche, tomou seu posto e com um largo sorriso, olhou para todos e disse: Hoje iremos navegar!
Sem entender, um tripulante questionou: Mas não temos feito isso há tempos?
Com serenidade e alegria respondeu:
Temos apenas rompido ondas, sendo jogados da esquerda para direita no calar da noite por um mar que não conhecemos, acordamos no dia seguinte para tentar voltar ao ponto que estávamos antes, buscando a zona de conforto que é o local que já conhecemos, mas o mar muda. A maré sobe, a tempestade vem e quando tudo passa se tivermos sorte estaremos aqui, mas não no mesmo lugar. Navegar não é isso. Navegar é encontrar um destino e fazer da imensidão das águas o seu caminho.
E você, tem navegado?
Bom final de semana e sucesso!
Por Eduardo Silva
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Eduardo Silva, é graduado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário da FEI, obteve destaque em seu projeto final de conclusão de curso sobre Endomarketing®, venceu a 3ª Feira de Plano de Negócios na mesma instituição (apresentado case sobre sustentabilidade). Atualmente, trabalha com Planejamento Comercial e também é aluno do MBA em Marketing da FGV. Um amante da cidade de São Paulo onde nasceu e foi criado, apaixonado pela rotina praticamente “maluca” que impera no local e um apreciador da boêmia que o conforta e acolhe fornecendo o contrapeso para o dia-a-dia.
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