quarta-feira, 23 de novembro de 2011

POR QUE UM SHOW NÃO É FEITO SÓ DE MÚSICA


Estou há umas boas semanas preparando esse artigo (que está dividido em duas partes), afinal trata-se de um tema que praticamente me define! Parafraseando Christiane Torloni no Rock in Rio, "Hoje é dia de rock, bebê!". Estamos atravessando um período de vários shows pelas nossas redondezas e o que mais se escuta por aí são burburinhos como:

- Aquela banda legal vai vir!
- Ah, mas aquela outra nem é tão legal assim…
- E aquela, um clássico do rock!
- Tal banda vem mesmo?

O negócio é que tem muito gringo desembarcando por aqui, pois hoje o Brasil é um dos principais destinos escolhidos por eles. Tal fato é resultado de termos sido escolhidos para sediarmos 02 das competições mais importantes do mundo: Copa do Mundo e Olimpíadas.

Mas, como a coisa tem se desenrolado? Os festivais estão sendo honestos com o público nos preços? E no acesso à locomoção e à alimentação? E como estão a segurança, o transporte,  estacionamentos, banheiros e postos de saúde?

Isso tudo deve estar incluso quando a gente quebra o cofrinho para desembolsar uma quantia X para ver aquele artista que tanto gostamos, certo?

As questões acima foram levantadas num artigo escrito pelo Fernando Anitelli (O Teatro Mágico) e realmente me lembrou inúmeras situações em que as bandas eram ótimas, mas a infraestrutura não atendia o público da forma que seria necessária. Inclusive, temos um exemplo extremamente atual. Todo fã de Foo Fighters (sinceramente, dispensa apresentações rs) está no mínimo "sem dormir" pelo anúncio definitivo da vinda dos caras para o festival Lollapalooza 2012, que ocorreu ontem, após mais de 10 anos de espera. Milhares de pessoas que realizaram um cadastro para ter direito a compra dos ingressos na pré-venda (iniciada hoje a 00h00), passaram horas e mais horas de estress e frustração ao tentar comprá-los. A infraestrutura (mais uma vez) do site não suportou a quantidade de acessos e apresentou extrema lentidão durante a madrugada toda, além de inúmeros outros erros que ocorreram.


A produção tem que ser consciente quanto estrutura disponibilizada para seus clientes, deve haver um planejamento e gerenciamento dos riscos de possíveis panes, acúmulos de fluxo entre outras variáveis, pois, pagar R$ 500 num ingresso é algo bem caro, principalmente se compararmos com os valores cobrados lá fora. A estipulação dos preços dos ingressos deve ter coerência, apesar de ainda usarem argumentos implausíveis como o "aumento da compra de ingressos de meia entrada" e "altos custos para trazer as atrações". Os shows não devem ser "de graça", mas boa parte dos custos são pagos pelos patrocinadores através de leis de incentivo a cultura ou exposição de marca em troca de um produto ou serviço.

A verdade é que o preço do ingresso é caro porque é dali que sai o lucro do produtor. E é justíssimo que ele tenha seu lucro por levantar tão grande evento. Mas a pergunta que fica é: Esse lucro tem que ser tão grande?

Forte abraço,
Wellington Nascimento

"Sem música a vida seria um erro."
- Friedrich Nietzsche


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Wellington Nascimento, canceriano com 20 e poucos anos, expoente da Geração Y, universitário/estagiário de Administração, músico, cinéfilo, leitor de vários best sellers (outros nem tanto), adorador de frases de impacto, sentimentos intensos, de experiências novas, com muitos sonhos e planos. 

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