quarta-feira, 21 de setembro de 2011

SUPER INTERESSANTE - PARA QUE SERVE A MÚSICA?


Há 2 dias do início de um dos maiores Festivais de Música brasileira, o Rock In Rio, faço um questionamento: Quantas vezes na última semana você ouviu música? De sucessos das rádios ao sucesso de elevadores e salas de espera? Com toda certeza você não deve ter passado seus últimos dias sem escutar alguns acordes ou batidas. Às vezes nem nos damos conta, mas a música nos cerca por todos os lados desde os primórdios da sociedade civilizada.

Há música para:
- Dançar;
- Namorar;
- Estudar;
- Enfrentar o trânsito;
- Trabalhar;
- 'Fazer' academia;
- Viajar;
- Sair e curtir.

Mas, pensando bem, que sentido pode fazer a música em um período no qual nossos ancestrais estavam muito mais preocupados em não ser devorados por um leão do que com o próprio prazer? E mesmo na sociedade contemporânea, se nos cercamos de música com tanto afinco, é de supor que, assim como a fala, ela sirva para alguma coisa, tenha alguma função específica para a humanidade. Mas qual?

PRIMEIRA HIPÓTESE - Darwin levantou a primeira hipótese, de que a música é o que determina a escolha de parceiros sexuais, uma vez que as fêmeas seriam atraídas pelos melhores cantores. Trazendo para os dias de hoje, se analisarmos, o homem que canta bem, é afinado, expõe melhor seus sentimentos. Parece mais sensível, mais inteligente e isso agrada as mulheres. E vai dizer que isso não lhe parece bastante familiar: qual mulher nunca teve uma quedinha pelos músicos - dos modernosos DJs aos eternos tocadores de violão em rodas de amigos?

SEGUNDA HIPÓTESE - Uma das hipóteses mais aceitas hoje é a de que a música teve função primordial na formação e sobrevivência dos grupos e na amenização de conflitos. Se ela existe e persiste, é porque provoca respostas que agem como um forte fator de coesão social. Um exemplo disto é o HAKA, dança/ritual utilizado antigamente pelos guerreiros neo zelandezes para intimidar seus inimigo, e atualmente é usado pelo time de Rugby All Blacks.

TERCEIRA HIPÓTESE - Muitos consideram a música como uma aptidão adquirida a centenas de milhares de anos atrás, antes mesmo do desenvolvimento da fala, com o objetivo de um indíviduo de uma tribo se comunicar com outros. Porém, acreditar que primeiro desenvolvemos a fala e depois apuramos a técnica musical pode parecer um caminho lógico, certo? Mas a verdade é que não é exatamente assim que funciona nosso ciclo de aprendizado. Antes de os bebês saberem falar, eles já balbuciam de uma forma muito musical. Ou vai dizer que você nunca viu um bebê cantando uma música sem nem saber falar ainda?

QUARTA HIPÓTESE - Mas se o uso da música como ferramenta de comunicação foi ultrapassado pela linguagem, por que ela continuou existindo? Todo mundo que já se apaixonou e dedicou uma música ao ser amado pode responder sem medo. É porque ela assumiu um papel que a fala sozinha não deu conta: transmitir emoções. E essa característica nós podemos notar independentemente das preferências pessoais de cada um. Para provar isso o psicólogo John Sloboda, da Universidade de Keele, na Inglaterra, fez um teste interessante. Ele colocou 83 voltuntários para ouvir uma série de peças musicais e depois pediu que eles descrevessem qual sensação tiveram. Cerca de 90% reportaram "frio na espinha" e "nó na garganta". Alguns chegaram a chorar. Ao checar quais trechos haviam provocado essas reações, Sloboda constatou que eram basicamente os mesmos. Alguns acordes parecerem tristes e outros felizes pode ter também uma explicação evolutiva.

Essa interpretação é relacionada com a forma como o nosso cérebro processa sons amistosos e ameaçadores desde a época em que éramos presas fáceis. Pense num cão. Quando ele quer demostrar carinho faz um som mais agudo, mais tonal. Quando está agressivo é mais grave e ruidoso. Assim, dependendo da combinação de tons, a música é capaz de provocar uma sensação que vai do prazeroso ao desagradável. Quanto mais dissonantes forem os intervalos das notas musicais, maior será a sensação de tensão ou medo. Isso é fácil de ser identificado se ouvirmos as trilhas sonoras de filmes de terror ou suspense, como a clássica de Psicose, de Alfred Hitchcock.


QUINTA HIPÓTESE - Alguns pesquisadores ainda vão além e afirmam que a música também é capaz de ativar capacidades como a memória e talvez até mesmo a inteligência. O efeito sobre a memória é facilmente detectado no dia-a-dia. Pegue, por exemplo, a época de eleições. Todos devem se lembrar de muitas das musiquinhas dos candidatos, como o "Ey, ey, Eymael". Para fixar alguma informação, nada melhor do que musicá-la - veja as técnicas de alunos de cursinho para decorar fórmulas.

SEXTA HIPÓTESE
- De todas as funções abordadas até agora, nenhuma é tão misteriosa quanto o possível uso medicinal da música, principalmente para pacientes com mal de Parkinson ou Alzheimer e vítimas de derrame que só melhoram escutando música. É exemplar o caso da paciente Frances D., que sofria de Parkinson e durante as crises ficava paralisada, rangendo os dentes e sofrendo muito. Sacks descobriu que a única coisa que acalmava os sintomas era a música. Quando Frances ouvia o som, desapareciam completamente todos os fenômenos "obstrutivo-explosivos" e ela ficava feliz. O médico percebeu o mesmo efeito em vários outros pacientes. Em alguns casos, só de pensar em música eles ficavam melhores, por mais que os efeitos sejam temporários.


De modo geral, há poucos dias do Rock In Rio, podemos afimar que a música além de entreter, ela é umas da aptidões essenciais para a evolução da humanidade e que deve ser consumida, explorada, desenvolvida por todas as pessoas.


Texto base: Super Interessante

Forte abraço,
Wellington O. Nascimento

"A música é maior aparição do que toda a sabedoria e filosofia."
- Ludwig Beethoven

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