sexta-feira, 9 de setembro de 2011

EXAME – A gente não quer executivos

É isso mesmo que você leu. Segundo Carlos Brito, presidente mundial da AB InBev (maior cervejaria do mundo, com faturamento de 36,2 bilhões de dóllares em 2010), a empresa não procura executivos para seu time (pois, de acordo com ele, executivo é aquele que vem, fica dois, três anos e vai embora, sem ser afetado pelos resultados de suas decisões).

carlos brito exame nao quer executivo

A matéria na verdade é uma entrevista que Brito concedeu a EXAME, onde ele fala sobre os rumos da empresa e, principalmente, sobre a nova estratégia da AB InBev de emplacar a recém adquirida Budweiser como uma marca global, tão forte quanto a Pepsi, Apple ou Starbucks são hoje. Para tanto, a empresa planeja investir, só no Brasil, aproximadamente 100 milhões de reais, entre patrocínios, shows e ações de marketing em geral.

No entanto, é a parte final da entrevista, que fala mais sobre a AB InBev em si, que eu achei mais interessante. Brito comenta sobre os três componentes que, segundo ele, transformaram a empresa no que ela é hoje: Sonho, gente e cultura.

Para ficar mais claro, vou escrever alguns trechos da entrevista publicada na EXAME:


Essa “insatisfação” é um traço marcante da cultura de vocês. Quais são os outros?

A gente sempre acreditou em três componentes: sonho, gente e cultura.

Sonho: Nosso sonho é ser a melhor cervejaria do mundo, num mundo melhor.
Gente: Sempre achamos que nossa única vantagem competitiva duradoura são as pessoas que estão dentro da companhia.
Cultura: O terceiro pedaço dessa plataforma é a cultura de dono. A gente aqui não quer “executivo” nem “profissional”. Executivo é aquele que vem, fica dois, três anos e vai embora, sem ser afetado pelos resultados de suas decisões. A gente quer dono, que fique dez anos e veja as consequências das medidas que ele tomou lá atrás.

Uma das características da cultura da AB InBev é que “a fila anda”, para dar espaço a jovens talentosos. Você está no comando há três anos. Quando a fila vai andar no seu caso? já está preparando seu sucessor?

Eu sempre digo […] que tenho que ganhar meu cargo todo dia. Estamos sempre preparando [um] sucessor. Nossa obrigação como líderes é manter os caminhos livres para que gente boa possa ter espaço – senão esses caras vão embora.

O que motiva o João (Castro neves) é saber que, mesmo que ele tenha chegado aqui depois de mim, se eu bobear ou ficar confortável, ele pode pegar o meu lugar. Isso é meritocracia.


A entrevista é curta e sem dúvidas é algo que vale a pena ler. Conheci um pouco mais desta fabulosa empresa comandada por Brito, para qual sem dúvidas fico tentado a participar do programa de Trainee. Afinal de contas, uma vez lá dentro, é só mostrar serviço (bem como resultados e comprometimento) que sua carreira estará em ótimas mãos.

Concluindo… Pra mim, fica uma mensagem bem clara nesta breve entrevista: Na AB InBev, e em muitas outras empresas, qualquer um é capaz de se tornar presidente, desde que tenha a força de vontade e a determinação necessárias para chegar lá, degrau a degrau.

De Florianópolis,
Hugo Oliveira Campos.

Fonte: Revista EXAME, Edição #999, 7 de Setembro de 2011.

Um comentário:

  1. Com certeza Hugo, força de vontade e determinação, pois as conquistas sólidas e duradouras são difíceis mesmo! É isso ai! Ótimo post!

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