terça-feira, 14 de junho de 2011

EXAME – De Mauá ao MIT

“O que algumas histórias impressionantes de superação pela educação contam sobre a nova mobilidade social brasileira” – por Alexa Salomão

Hoje tive uma das melhores aulas que já tive na vida, e sem dúvida a melhor que já tive desde que vi meu nome na lista de aprovados do vestibular. O que fez esta aula tão especial? Com certeza não foi nenhum conteúdo extraordinário, nem distribuição de brindes, nem uma nota “10” em alguma prova. Na verdade sai da sala me sentindo um ignorante completo, e ávido por buscar e aprender mais, e isso sim, sem dúvida, vale mais do que qualquer 10.EDUCAÇÃOMais ou menos na mesma linha, a reportagem de Alexa Salomão na última edição da EXAME fala um pouco mais sobre a educação no Brasil.

A reportagem começa contando o extraordinário caso de Djanir Silva, um brasileiro que tinha tudo para ser mais um a compor os números e estatísticas da violência e desigualdade social no país. Mas contrariando todas as tendências e superando inúmeras dificuldades, Djanir embarca em breve para fazer seu doutorado no Massachusetts Institute of Technology, com uma bolsa de 37 000 dólares por ano. Outro caso descrito na reportagem é o de Marivaldo Pereira, filho de uma diarista com um pedreiro, viveu a infância num barraco de madeirite em um terreno invadido na periferia da capital paulista.Hoje é secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça em Brasília. Segundo ele, a única professora que incentivava os alunos a prestarem vestibular era chamada de louca.

No restante da reportagem o foco é em como a evolução da educação fez com que uma parcela maior da população conseguisse “subir” de classe social. Mas acredito que esta não é a principal lição que podemos tirar desta reportagem. Acredito que este é o momento de refletirmos sobre o principal personagem da educação: o professor.

Tive a sorte de ter alguns professores que davam aulas não pelo valor que recebiam no final do mês, e sim pela satisfação em ensinar aos outros, em preparar os alunos da melhor forma que eles podem, e se sentirem realizados com isso.
Esse é o tipo de professor de que precisamos na educação de nossos jovens. Professores que fazem mais do que simplesmente despejar rios de informações em cima dos alunos e esperar que eles se lembrem de tudo o que foi dito no dia da prova.
Precisamos de professores que despertem o interesse dos alunos para que eles desejem buscar mais, para que eles sintam a necessidade de aprender, de se atualizar, de saber cada vez mais.

A greve dos professores que tenho visto no dia-a-dia de Florianópolis é um claro fator que de estes profissionais não tem sido devidamente valorizados. Precisamos que o governo invista de forma massiva em educação (ensino básico, médio e técnico) por, pelo menos, 10 anos. Para que os efeitos positivos comecem a aparecer na nossa sociedade.

Acredito que o Brasil é um país maravilhoso, e devemos cuidar muito bem dele. Investir em saúde, infraestrutura, lazer e outras coisas é importante, mas o que realmente vai fazer com que o Brasil seja uma grande potência, é a educação! Somente formando cidadãos críticos e proativos é que faremos com que nosso país seja conhecido não só pelo seu “futebol arte” e carnavais exuberantes, mas também como um enorme celeiro de mentes pensantes.

De Florianópolis,
Hugo Oliveira Campos.

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