Este foi o segundo post mais procurado em meu antigo blog. Portanto, segue a reportagem:
Achei muito interessante e útil a série de reportagens sobre os programas de trainee no Brasil. Com as assinaturas de Alexandra Gonsalez e Vanessa Vieira, as reportagens tratam o processo como um todo. Explicam o que são os programas, quais são os mais concorridos, como se preparar pra eles, como, após ter conseguido uma vaga de trainee, enfrentar os desafios do dia a dia e, principalmente, como se preparar para o fim do programa.
Tive uma ótima leitura o tempo todo, e, com certeza, poderia dizer que estas reportagens são o manual de bolso de um futuro, atual e pós trainee. E por esse mesmo motivo, decidi fazer um resumo das matérias, indicando os principais pontos e os melhores conselhos.
NÓS QUEREMOS VOCÊ (por Alexandra Gonsalez)
O mercado esta cada vez mais competitivo, e cada vez mais as empresas tem que disputar não somente os clientes, mas também os melhores e mais capacitados profissionais. Um dos métodos encontrado pelas empresas foi o programa de trainee. E cada vez mais e mais jovens profissionais encontram neste tipo de programa uma enorme alavanca para a carreira. Por outro lado, as empresas estão cada vez mais exigentes, o que força o candidato a dispensar um comportamento exemplar. Porém, por muitas vezes existe um “empate técnico” entre os candidatos. Neste caso, de acordo com Thiago Porto, gerente de desenvolvimento de gente da Ambev, o critério de desempate é o ‘brilho nos olhos’.
Acredito que qualquer profissional que se inscreva em um programa de trainee deve ter o ‘brilho nos olhos’ como pré-requisito. Se um profissional não se identifica com o negócio e os valores da empresa, e não deseja verdadeiramente acrescentar e agregar valor à empresa, e vê-la crescer, não há sentido em se inscrever. Não só para alcançar uma vaga como trainee, mas também para qualquer outra situação da vida profissional.
Tenho como ideologia pessoal que devemos trabalhar com algo que nos traga prazer, com algo que nos realize. Por muitas vezes (para não falar sempre) passamos mais tempo dentro do escritório do que com nossa família e amigos. Se fizermos algo pura e simplesmente por dinheiro e recompensas financeiras, seremos apenas robôs, perdendo 8, 9 ou 10 horas por dia, e as vezes até mais do que isso, pura e simplesmente para engordar nossas contas bancárias e ao mesmo tempo, assistir, passiva e mecanicamente, nossa vida passar diante de nós, e quando nos dermos conta, já não teremos tanto tempo para nos dedicar às pessoas que são importantes em nossa vida (e até a nós mesmos).
Por outro lado, se verdadeiramente fizermos algo que nos realize e nos dê prazer, seremos bem sucedidos naquilo que fazemos, e poderemos dividir essa felicidade e realização com nossa família, amigos e colegas. Salários e benefícios são importantes, mas diria que isso, cada vez mais, vem em segundo plano, perdendo para a qualidade de vida e satisfação pessoal o posto de item mais importante na vida de um profissional. Afinal de contas, dinheiro nunca foi sinônimo de felicidade.
PREPARE-SE PARA A BATALHA (por Alexandra Gonsalez)
“Para enfrentar a concorrência, leva vantagem quem combina sólida formação acadêmica, domínio de tecnologias e até trabalho voluntário” – Alexandra Gonsalez
A competição é acirrada, tão competitivo quanto um concurso público de salário elevado, e quem estiver melhor preparado, tem mais chances de conquistar a tão sonhada vaga como trainee. A reportagem conta a história de Camila Dinardi, Engenheira de produção e trainee da Unilever. Segundo ela, o que a ajudou foi ter um objetivo bem claro e definido da área em que pretendia atuar. Ela ainda afirma que participou de outro processo seletivo, mas que não recomenda atirar para todos os lados.
Para mim, a melhor dica aqui é a seguinte: Saiba exatamente o que você quer e foque exclusivamente nas habilidades necessárias para a vaga desejada. Suas chances de conseguir o que quer vão aumentar muito. Além disso, fica a lista das melhores características para um trainee em potencial.
9 Características que valem uma vaga:
- Faculdade conceituada;
- Inglês fluente;
- Vivência internacional;
- Autoconhecimento;
- Comprometimento;
- Domínio tecnológico;
- Valores pessoais;
- Brilho no olhar; e
- Humildade.
CONSEGUI, E AGORA? (por Alexandra Gonsalez)
Após o ingresso na empresa, saber lidar com a pressão que existe no trabalho, e também aprender a se adaptar às mais diversas situações, são atitudes importantíssimas. Segundo Marcio Vinycius Pereira, da Cia de Talentos, conquistar a vaga é apenas o primeiro de uma série de desafios. “Os 100 primeiros dias de trabalho são os mais difíceis. O jovem tem que mostrar maturidade e jogo de cintura para encarar o novo ambiente e dar conta dos novos projetos”, diz Marcio.
Acredito que o melhor a fazer nesta fase é ser você mesmo. Bem como no processo seletivo, não adianta se forçar a ser alguém diferente do que você de fato é. Mais cedo ou mais tarde, vai acabar cometendo deslizes. Se o trainee for ele mesmo desde o início do processo seletivo, a dica aqui é manter a postura e mostrar serviço.
A HORA DA DECISÃO (por Vanessa Vieira)
“Com o término do programa, o trainee precisa definir em que setor vai trabalhar e o rumo que vai dar à sua carreira pelos próximos anos” – Vanessa Vieira
Depois de receber um treinamento generalista por durante todo o tempo como trainee, chega o final desta experiência, e decidir em qual setor da empresa trabalhar é uma parte muito importante. Isso vai influenciar diretamente o resto da sua carreira dali pra frente. Por isso, reflita com cuidado, ponderando todos os fatores envolvidos. Nesta fase o autoconhecimento é elemento chave para tomar uma decisão.
A maior parte dos trainees tende a escolher áreas estratégicas, pois é nessas áreas que as decisões são tomadas e por isso há um destaque maior a esses profissionais. Mas nem sempre essa é a melhor alternativa.
“Melhor do que estar numa área grande e ser mais um é pertencer a um setor menor, no qual você possa assumir responsabilidades e ser decisivo” – Fábia Barros, da Foco Talentos
Ter que tomar uma decisão importante como essa fatalmente acontecerá para todos os trainees. Saber o que você quer de verdade pra sua carreira é algo que vai exigir um autoconhecimento imenso. Afinal de contas, ninguém vai poder tomar essa decisão no lugar do trainee.
DESÇA DO SALTO (por Vanessa Vieira)
Esta reportagem fala um pouco de quais geralmente são os piores erros e deslizes dos trainees. Em geral o excesso de confiança e o chamado “salto alto”, são as piores atitudes que um trainee pode ter. Seja humilde, e saiba que cada um tem a sua importância dentro da empresa. Respeito e admiração são coisas que não há como se comprar, são coisas que se adquire através da atitude para com as outras pessoas.
Os piores erros de um trainee:
- “Sou eu quem manda”;
- Tom hipercrítico;
- Autopromoção;
- Falta de envolvimento;
- Domínio tecnológico;
- Imaturidade;
- Miopia (falta de foco);
- Inversão de prioridades;
- Falta de iniciativa; e
- Atitude de aprendiz.
Depois de todas estas dicas, acredito que não preciso falar mais nada além de “arregace as mangas e vá a luta”, pelo menos é isso que eu irei fazer.
De Florianópolis,
Hugo Oliveira Campos.
Fonte: Revista Você S/A, edição #146, Agosto de 2010, páginas 67-94 “Especial Trainee”
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