sábado, 12 de março de 2011

PEGN - CORRUPÇÃO NO TRABALHO





Com desculpas do tipo "Todo mundo faz isso" ou "Sou mal pago, mesmo". A corrupção é uma erva daninha que pode destruir uma empresa rapidamente. Tudo começa com as chamadas "comissões", diz o premiado professor Blake Ashforth.

A corrupção é um mal que cria rapidamente raízes nas empresas. Os funcionários tentam esquecer que estão cometendo atos ilícitos e passam a acreditar que seu comportamento é normal. Uma das principais explicações de como funciona esse processo — e como evitá-lo — está em um premiado artigo, "Business as usual: The acceptance and perpetuation of corruption in organizations", publicado na Academy of Management Executive pelos pesquisadores Vikas Anand, Blake Ashforth e Mahendra Joshi.

Professor da Arizona State University, Ashforth é um estudioso das disfunções organizacionais. Ph.D. pela Universidade de Toronto e autor de mais de 80 artigos acadêmicos em importantes publicações internacionais, ele detalha, nesta entrevista a Pequenas Empresas & Grandes Negócios, como as fraudes podem se tornar corriqueiras — e a melhor maneira de prevenir que isso aconteça com o seu negócio.


Seguem os "melhores momentos" da entrevista:


Funcionários que se envolvem em fraudes têm completa noção de estar cometendo um crime?
Sim e não. Inicialmente, eles costumam estar cientes de que suas ações estão erradas, mas as pessoas são incrivelmente versáteis em criar desculpas, mesmo para o mais descarado ato de corrupção. Elas encontram razões para se convencer de que o que estão praticando não é, na verdade, tão ruim, e, na realidade, é normal ou pode até ser positivo. Então, após um tempo, acham natural esse tipo de comportamento e não enxergam isso como particularmente errado. Entretanto, os fraudadores permanecem conscientes de que o mundo exterior desaprovará aquele comportamento e procuram se manter quietos sobre o assunto.

Quais são as desculpas que os empregados usam para justificar seus atos fraudulentos?
Há muitos tipos de discursos: "Todo mundo faz isso"; "é a maneira como o mundo realmente trabalha"; "sempre foi feito assim (então, quem sou eu para mudar?)"; "nossa companhia fecharia se eu não fizesse isso"; "meu chefe me disse para fazê-lo"; "eles (as vítimas) merecem — chegou a hora da vingança"; "É meu direito fazê-lo (a empresa em que trabalho não me paga o bastante)". Essas racionalizações são usadas para a pessoa se sentir ok sobre seu comportamento corrupto e explicar esse deslize aos outros, se for necessário.

O senhor c ostuma dizer que a linguagem é importante no desenvolvimento dessas desculpas. Como assim?
As pessoas usam a linguagem para suavizar os fatos duros da corrupção e fazê-los mais aceitáveis. Então, um suborno de um comprador é chamado de "taxa" ou "comissão". Um exemplo, que não é de fraude corporativa, mas que mostra como a linguagem eufemística pode ser levada ao limite, é o dos médicos nazistas que trabalharam no campo de concentração de Auschwitz. Ao selecionar os prisioneiros que iriam para campos de concentração, eles jamais usavam a palavra "morte"; diziam que era "um proced imento de transporte". Os doentes eram assassinados antes dos demais com injeções de fenol e os médicos denominavam esse ato de "medicina preventiva".


É esse o tipo de coisa que não vai mudar nunca.


Ps-> Postando na hora do almoço [SÉRIO].

Yuri Oliveira Carneiro




Inspirado no artigo escrito por Adriana Wilner

2 comentários:

  1. Vou postar um comentario rápido, mas que reflete bem o que eu sinto em relação a esse assunto.

    Como o Yuri mesmo disse, esse tipo de coisa nunca vai mudar.

    Certas atitudes estão implícitas nos seres humanos, o que temos de fazer é tentar utilizar para o bem, e não em benefício próprio.

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  2. E a propósito, parabéns ao blog! Espero que continuem sempre postando sobre temas do cotidiano, e principalmente aqueles que são difíceis de se perceber! Podem contar com os meus comentarios sempre!

    Luana Machado

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