domingo, 13 de março de 2011

EXAME – Por um Brasil sem amarras

“A busca por um Brasil competitivo”.competição exame brasilA reportagem é bem completa e discute os problemas que o Brasil vai enfrentar se não subir no ranking de competitividade (onde ocupa o modesto 58º lugar, em contraste as posto de 8ª maior economia). A reportagem é um pouco extensa, distribuída em 12 páginas, mas vale a pena ler e compreender os pontos evidenciados.

“A competição é uma das mais poderosas forças do homem.Não conhecemos o futuro, mas uma coisa é certa: à medida que a competição continue a evoluir, ela será a fonte de muito de nossa prosperidade”Michael Porter

É com esta citação que Marcelo Onaga e Nicholas Vital começam uma discussão sobre como o Brasil tem muito ainda a mudar e evoluir se quiser manter-se na nata da economia mundial. Eles apresentam problemas e exemplos que ilustram como estes problemas impactam diretamente nas oportunidade e competitividade das empresas brasileiras frente ao mercado mundial. A seguir, segue o quadro que discute de forma resumida cada um dos 4 problemas:


  Infraestrutura Custo Trabalhista
O Problema O país tem uma rede de estradas, rodovias, ferrovias portos e aeroportos em estado precário. O custo logístico brasileiro é de 12% do PIB, o terceiro maior do mundo. As empresas arcam com um custo de 102% sobre a folha de pagamentos. São os encargos mais elevados do Mundo. A legislação é rígida e dificulta contratações e demissões.
A Meta Reduzir o custo logístico para 8% do PIB, o atual patamar americano. Cortar os custos sobre os salários em 10%.
O Prazo 20 anos. 1 ano.
Como chegar lá Aumentar desde já o investimento anual na infraestrutura de transporte de 0,9% para pelo menos 2% do PIB – China, Índia e Rússia investem perto de 5% do PIB em logística. Reduzir a contribuição tributária de 20% para 14% dos salários, eliminar a contribuição de 2,5% a título de salário-educação e pôr fim ao recolhimento de 2,5% para o sistema S.

  Carga Tributária Custo de Capital
O Problema Impostos devoram quase 37% da riqueza. Somando o déficit das constas do governo, o peso é de 40%. O Brasil é o país com maior custo de capital do Mundo. A taxa de juro brasileiro é mais do que o dobro da data da Austrália, a 2ª maior do mundo.
A Meta Reduzir a carga tributária total de 40% para 30%. Reduzir a taxa real de juro de 5,5% para 2%, o atual nível da Austrália.
O Prazo 10 anos. 5 anos.
Como chegar lá Fazer com que os gastos públicos passem a crescer num ritmo inferior do do PIB.Com metas de gastos e melhoria da gestão, um ajuste gradativo permitiria o alívio da carga ao ritmo de 1 ponto percentual ao ano, chegando a 10 em uma década. A redução da carga tributária abriria espaço para o corte do juro. O movimento seria acompanhado de diminuição de depósitos compulsórios dos bancos e de medidas para estimular a competição no setor bancário.

Os exemplos citados foram 4:

  1. A Soja: Dentro da fazenda, o produtor brasileiro tem um custo de produção bem inferior ao concorrente americano. Porém, quando a soja atravessa a porteira da fazenda e é transportada até o porto, a situação muda;
  2. O Biquíni: Na fábrica, os custos de produção do biquíni brasileiro são bem próximos do custo aos dos concorrentes chineses. Porém, o excesso de encargos sobre mão de obra faz com que nossa mão de obra custe, em média, três vezes mais que a da China, colocando o produto nacional em grande desvantagem no mercado internacional. Com uma redução nos custos de mão de obra, a indústria brasileira poderia voltar a ser competitiva;
  3. Fábrica da Novelis no ABC paulista: O custo de produção do alumínio brasileiro hoje é menor que do concorrente norueguês. Porém, a elevada tarifa da energia elétrica, que para a indústria nacional representa ate 45% do custo final do alumínio – a média mundial é de 33% –, faz com que a vantagem mude de lado. Além disso, o fabricante brasileiro arca com um custo de capital de 12% ao ano;
  4. A Furadeira: O Custo de produção de uma furadeira na China é 30% menor que o de um produto feito no Brasil.Porém, a carga tributária de 40% incidentes sobre equipamentos elétricos faz com que a diferença de preço suba ainda mais.Muitas multinacionais tem optado por fechar as fábricas e trazer os equipamentos de fora.

A reportagem ainda fala muito sobre que atitudes seriam as mais corretas para o governo brasileiro tomar, e que definir metas precisas, que nos ajudem a alcançar patamares cada vez mais altos na competitividade mundial, é de fundamental importância. Os próximos 4 anos serão fundamentais para a consolidação do Brasil como uma economia sólida e competitiva. Temos sido nossos maiores inimigos, mantendo políticas e encargos que pesam, e muito, no bolso das empresas. A presidente Dilma tem uma árdua tarefa em mãos, transformar o obeso e enferrujado governo em um governo moderno, ágil e eficaz.

De Florianópolis,
Hugo Oliveira Campos.

Fonte: Revista EXAME, Edição # 987, 9 de Março de 2011, Páginas 32 a 45.

4 comentários:

  1. Realmente, a nossa presidente tem um grande desafio pela frente... vamos ver se ela consegue matar essa!

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  2. No meu conceito em geral,o Brasil primeiramente poderia investir tudo e mais um pouco em educação e cultura, depois em saúde e tecnologia.Por aqui as coisas estão muito caro,e assim a população procura por consumir algo de outro país,que acaba sendo mais em conta.Bom,entrando no assunto do governo Dilma,vai ser muito difícil mudar alguma coisa por lá,pois os políticos estão praticamente sentados sem fazer nada.Bom é isso ai, o Brasil tem que passar por uma "purificação" em todos os sentidos,como na economia,saúde..entre outros,para assim subir no ranking de competitividade.

    PS: Thatiane Pachelli

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  3. Realmente, Dilma terá muito o que fazer..
    Porém, creio que antes de se fazer forças para que o Brasil se torne uma economia competitiva e respeitada, é necessário que se tenha uma bancada parlamentar sem políticos corruptos que visam apenas seus interesses, que desejam manter apenas aquilo que lhes convém, afim de levar sempre uma porcentagem para o bolso e para sustentar suas regalias..
    Uma economia sólida não se faz apenas de números e cifrões..há muito trabalho a ser feito..e sentimos em dizer que ainda vai demorar...e muito..

    Juliana Grazieri - Bauru

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  4. Acredito que se o Serra tivesse ganho as eleições, nosso país estaria em mãos MUUUUITO melhores do que da Dilma.
    Mas como o pessoal que ganha o pão e circo do PT (e é sustentado por quem tem mais discernimento cultural e político) ainda é maioria, acabamos sendo obrigados a viver no mundo cor de rosa e estrelado de Dilma.
    Só espero que o Brasil não afunde de vez!

    Thiago.

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