quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A BILIONÁRIA CURA DO DIABETES


O post dessa semana tem o intuito de ir além da minha habitual análise de jovem administrador (que estará incluso toda aquela parte de informação-questionamento-análise de valores, mercado, rentabilidade, negócios e etc), viso também, reinvidicar, conscientizar, unir, compartilhar esse tema que me surgiu de uma forma um pouco inesperada.

Essa semana descobri que uma pessoa do meu círculo de amizades tem diabetes, uma doença que tem se tornado cada vez mais comum em todo mundo. A Carol tem apenas 16 anos e foi diagnosticada há 3 anos, e através do blog que ela criou, o Boca Aberta Adolescente, ela relata fatos que giram em torno de um diabético e me contou um pouco de como as coisas realmente são (e que tomei a liberdade de transcrevê-las aqui).

Primeiramente, vivemos em um mundo onde ter diabetes já é considerado normal e com os avanços tecnológicos, as formas de tratamento estão cada vez mais avançadas e eficazes. Na busca da cura, existem hoje estudos com células-tronco, plantas e outros aspectos medicinais. Atualmente, o drama de viver com dietas e injeções em hospitais acabou, mas suportar as agulhas diárias ou as medições ainda existe, e, com isso, os preços dos tratamentos continuam elevados, variando de R$ 500,00 a R$ 12.000,00 por mês. Existem 3 tipos de tratamentos, que são os mais conhecidos:

- Injeção de Insulina, que acaba sendo o mais doloroso e desconfortante;

- Caneta de Insulina, que possui agulhas menores e é um dos tratamentos mais modernos e acessíveis;

- Bomba de Infusão de Insulina, que é o mais moderno, eficaz e mais caro entre todos, pois é colocado um aparelho ligado a um cateter dentro do diabético liberando doses de insulina sendo necessário somente a troca da agulha de 3 em 3 dias. Existem duas formas de conseguir esta bomba: comprando ou “ganhando” do Governo Federal.

A diferença é que comprando a bomba de infusão direto do fabricante, você tem direito a garantia de 4 a 6 anos, podendo até ganhar uma bomba nova em caso de eventuais problemas, além de ter o direito de testá-la por 15 dias antes de efetuar a compra, para verificar se o corpo se adapta ao equipamento. Para adquiri-la através do Governo Federal você entra numa lista de espera e caso aconteça qualquer tipo de problema com o equipamento você fica a mercê do governo, pois você entrará em uma outra lista de espera. O custo benefício de adquirir uma bomba com o fabricante é absurdamente maior, porém levanto aqui a dúvida da Carol, apesar de entender que a Saúde Pública Brasileira é totalmente deficitária: “Por que são necessários tantos processos, que são totalmente burocráticos e lentos?”,


A BILIONÁRIA CURA DO DIABETES

O desenvolvimento de um novo medicamento custa R$ 2,5 bilhões. As pesquisas podem levar mais de dez anos de trabalho e de cada oito mil moléculas estudadas, apenas uma vira remédio de fato. Definitivamente, esse é um negócio para potências corporativas com faturamento de muitos zeros à direita. Além do diabetes ser uma das cinco maiores classes terapêuticas no mundo, a doença apresentou grandes taxas de crescimento até o início dos anos 2000. Agora é a vez dos valores aumentarem, pois as novas drogas que chegam ao mercado são cada vez mais caras. No mundo todo, cerca de 32 milhões de pessoas compram remédios contra diabetes nas drogarias (e ainda existem as compras governamentais). Atualmente, o mercado de diabetes de todos os tipos movimenta R$ 40 bilhões no planeta e acomete 150 milhões de pessoas. Desse total, perto de 35% utilizam a insulina. O resto usa medicamentos via oral. No Brasil, o mercado movimenta R$ 300 milhões. Nos último anos surgiram 3 medicamentos que revolucionaram o mercado: Byetta (Eli Lilly e Amylin), Galvus (Novartis), Januvia (Merck)

O Galvus e o Januvia elevam o nível de um hormônio que é produzido naturalmente, e que é liberado no estômago e nos intestinos quando as pessoas comem. Este hormônio faz com que o pâncreas produza mais insulina e ao mesmo tempo desestimula o fígado a produzir açúcar. Os analistas de Wall Street estão otimistas em relação ao Galvus e ao Januvia, prevendo que cada uma dessas drogas possa gerar vendas anuais de até US$ 2 bilhões. O Byetta, por não ter feito nenhum tipo de propaganda divulgando o produto, rentabiliza cerca de US$ 400 milhões anuais.


NOVIDADES (não tão novas assim)

- A Sanofi-aventis, especializada em aparelhos para diabéticos, criou um medidor de glicose para ser acoplado ao iPhone ou iPod Touch. O dispositivo permite que a medição de glicose seja feita diretamente no iPhone, basta acoplar o dispositivo na entrada inferior do celular ou iPod Touch, dar a famosa “fisgada” no dedo e colocar a gota de sangue no local indicado. As informações referentes à contagem são exibidas na tela do aparelho, no aplicativo “Diabetes Manager App”, que oferece dicas de exercícios, resultados de medidas, estatísticas e planilhas para que o acompanhamento seja feito da melhor forma possível.

– No 1º Semestre desse ano o Governo anunciou a distribuição de medicamentos gratuitos para diabetes. Os remédios estão disponíveis na rede credenciada pelo programa “Aqui Tem Farmácia Popular”, do governo federal.


“A diabetes pode ser tratada e vivida como uma doença normal, como se fosse uma tiróide ou uma gastrite, mesmo sendo uma doença tratada por injeções e não remédios orais.”
Caroline Guerra


Forte abraço,

Wellington Nascimento

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