domingo, 22 de maio de 2011

Você S/A – Epidemia Workaholic

Ao ler esta reportagem me senti como uma criança de 5 anos rasgando os primeiros embrulhos dos presentes de natal. Cada novo parágrafo estava recheado de informações interessantes e dicas para não se tornar um workaholic (viciado em trabalho) e ter uma melhor qualidade de vida – isso sem falar no novo projeto gráfico que ficou muito atraente.voce sa epidemia workaholicA reportagem, de Andrea Giardino, Murilo Ohl e Vanessa Vieira, aborda de forma muito completa a epidemia que tem atingido a maior parte da nossa população trabalhadora: a Epidemia Workaholic. Durante toda a reportagem existem depoimentos de pessoas que sofreram, ou ainda sofrem, com o excesso de trabalho. Segundo a reportagem, nos dias atuais, mais competitivos e mais dinâmicos, a maior parte dos funcionários que desejam crescer rapidamente acabam se submetendo a situações e assumindo responsabilidades desnecessariamente. E pelo outro lado, a empresa impõe um ritmo insano aos funcionários. Os efeitos dessa dinâmica não têm sido benéficos nem para a organização, e nem para o profissional.

Achei muito interessante a lista dos “tipos” de workaholics. Infelizmente, me enquadrei perfeitamente em um deles (o que pretendo mudar em breve). Portanto, segue a lista, para que você possa verificar se você se identifica com algum dos tipos.

Isto é com você (comportamentos de quem é ou pode se tornar workaholic):

  • O ULTRADETALHISTA: É a pessoa que quer ou faz de tudo perfeitinho, nos mínimos detalhes, ou não faz nada.
  • O DEGUSTADOR: Ele fica curtindo um serviço até não poder mais, como um alcoólatra faz com a bebida. No fundo, a pessoa é insegura e teme nunca ter feito o trabalho suficientemente bem.
  • O INCANSÁVEL: Quer tudo para ontem e precisa de prazos apertados para se motivar. Assume muitas responsabilidades, mas não sabe estabelecer prioridades. Acaba cometendo erros por distração.
  • O HERÓI: É o maluco que deixa uma crise se estabelecer no escritório porque assim ele tem a oportunidade de dar uma de herói. Normalmente é controlador e trabalha mal em equipe.
  • O HIPERATIVO: Ele vive atolado de trabalho. É o sujeito que se sente na obrigação de aparecer com um novo projeto matador toda semana, mas nunca conclui nada.

Para Jean Bartoli, filósofo e consultor empresarial, cresceu a percepção de que o dia ficou mais curto e a jornada, mais acelerada (quem de nós nunca se pegou dizendo que queria que o dia tivesse pelo menos 30 horas). “O perfil do workaholic, que nos anos 1990 ainda era exceção, se generalizou”, diz Bartoli.
Acredito que esta mudança tenha sido catalisada pelo avanço tecnológico das duas últimas décadas. A velocidade com que novas tecnologias, novos conceitos, novas e mais eficientes formas de se realizar a mesma tarefa criou na cabeça do profissional a ideia de que devemos estar sempre 100% atualizados, a par de cada uma destas novas e mais modernas tecnologias (isso sem falar na velocidade e volume de informações que cruzam o mundo em questão de milésimos de segundos).voce sa epidemia workaholic tempoLendo todos os depoimentos da reportagem, você irá notar um mesmo fator em comum em quase todos eles: Se o profissional tivesse tido uma atitude mais decidida com relação aos seus objetivos a maior parte do estresse poderia ter sido evitado.Segundo a psicóloga Eliana Dutra, é preciso saber aprender a questionar e negociar as ordens com argumentos racionais, pois cada novo compromisso terá um impacto sobre sua saúde e vida pessoal, e é preciso ter uma percepção de nossas limitações, para evitarmos frustrações. E ela ainda completa: “[…] Sempre temos uma opção”.

Qualidade de vida é uma das coisas das quais não devemos abrir mão nunca. Não há sentido em trabalharmos horas a fio a troco de acumularmos cifras na conta bancária se não teremos tempo (de qualidade) o suficiente para usá-las. Cabe a cada um de nós escolheremos por nós mesmo ter uma vida saudável e tranquila. Afinal de contas, como dizem por aí, devemos trabalhar para viver, e não viver para trabalhar.

De Florianópolis,
Hugo Oliveira Campos.

Fonte: Revista Você S/A, Edição #155, Maio de 2011, Páginas 30 a 37.

3 comentários:

  1. Muito boa matéria realmente. Parece que esse tipo de prática esta cada vez mais presente em todos os niveis das empresas...

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  2. Olá... Com esse post Hugo, me fez analisar o momento atual na empresa que trabalho, uma fase de mudanças e grande correria, sendo que me encaixo perfeitamente nos "tipos" apresentados pela matéria... Demais!! ;p

    Ah! Deixo uma dica de filme tbm, "O Diabo veste Prada" é um filme que apresenta bem essa temática referente ao trabalho.

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  3. pois eh. realmente preciso começar a trabalha menos.

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