terça-feira, 31 de maio de 2011

EXAME – O que há de errado com a bolsa

“As incerteza em relação à economia e à atuação do governo levaram a Bovespa a ter um dos piores desempenhos do mundo desde o fim de 2009. Com a bolsa em baixa, já há investidores apostando que esta é a hora de comprar.” – Giuliana Napolitano e Thiago Bronzatto

exame errado com a bolsa de valores

Com este subtítulo e contando como o Brasil começa a deixar de ser um “El Dourado” para os investidores, a reportagem conta como a Bovespa chegou em seu período de estagnação mais longo da década. Comparada a outras bolsas ao redor do mundo, a Bovespa teve um desempenho um tanto quanto ruim nos últimos meses, ao passo que bolsas como a da Rússia, Alemanha e Turquia (exemplos citados na matéria), subiram cerca de 30%. No desenrolar das próximas páginas Giuliana e Thiago contam os motivos de estarmos testemunhando tal cenário.

Acho que o que melhor ilustra a situação atual é o gráfico (páginas 38 e 39) onde mostra-se a evolução do Ibovespa desde julho de 1994. O gráfico divide-se em 4 partes: A preparação; a fase dourada; a crise; e, por fim, a estagnação. Segundo os próprios autores da reportagem, o desempenho frustrante da Bovespa é reflexo direto das incertezas que cercam a economia.
Acredito que a raiz destas incertezas encontra-se no Palácio do Planalto, e poderia até comparar o cenário atual com uma “simples” brincadeira de esconde-esconde, onde nossa querida presidente Dilma está contando até 10 em voz alta, e ninguém sabe onde se esconder para não ser pego.

Logo em seguida, a reportagem lista as 3 maiores preocupações dos investidores:

  1. A alta da inflação: “Não há como prever quais setores ou empresas serão afetadas pelas próximas medidas [do BC para controle da inflação], o que gera alguma incerteza”, diz Octavio de barros, do economista-chefe do Bradesco;
  2. A intervenção do Governo: Um dos exemplos mais recentes é a ação do governo com relação à Vale, que envolveu a troca de seu principal executivo, onde ainda permanece uma incógnita sobre qual será o rumo da empresa nos próximos anos. Segundo o ministro Guido Mantega, a Vale deve crescer “em um ritmo mais lento do que o que vem apresentando”;
  3. As ameaças Externas: Agora com boa parte dos demais países tomando folego após a queda no período de crise, juntamente com os fantasmas das incertezas que assombram o prédio da Bovespa, outros países começam a se tornar mais atraentes para os investidores do que o Brasil.

Para ilustrar melhor a diferença, a reportagem fala um pouco sobre o modesto IPO da Magazine Luiza em contraste ao badalado IPO da LinkedIN.

exame ipo linkedin

No caso da Magazine Luísa, a demanda pelos papéis esteve no limite inferior das expectativas dos bancos e, nos dias que sucederam ao IPO, as ações desvalorizaram. Este comportamento certamente não foi o mesmo no IPO da rede social, que teve seus papéis vendidos pelo preço máximo estimado no plano de abertura, e tiveram uma valorização de 109% após a estréia.

Há alguns meses atrás, o cenário era promissor, mas as incertezas tornam-se obstáculos cada vez maiores para a entrada de capital (estrangeiro e doméstico) no mercado de ações. Muitas obras a serem realizadas, várias reformas a serem aprovadas e um caminhão de boas notícias novas em folha são algumas das coisas que precisarão começar a acontecer nos próximos meses para que o quadro volte a ser favorável ao Brasil. Mas uma coisa é certa: o risco existe, e com ele as oportunidades de grandes apostas e altos ganhos também. Nessa brincadeira de esconde-esconde que tomou conta do mercado de ações no Brasil, quem escolher bem onde “esconder” seu dinheiro, poderá ter uma feliz surpresa quando a brincadeira acabar.

De Florianópolis,
Hugo Oliveira Campos.

Fonte: Revista Exame, Edição #993, de 1º de junho de 2011, páginas 36 a 45.

3 comentários:

  1. BOLSA 101% VULNERÁVEL AO EXTERIOR.
    No Brasil, não existe cultura bursátil, a não ser nas elite e nos grupos que podem maniupular o capital das empresas.
    Que economia emergente é essa ? PIADA
    Fechem a essa porcaria e deixe que apenas um seleto grupo de papeis sejam comercializados na NYSE

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  2. Seria entao os fundos de renda fixa uma alternativa mais confiavel e rentavel?

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  3. Eu acredito que este momento de estagnação seja uma grande oportunidade para investidores mais ousados. A queda das ações, logicamente, é uma reação negativa aos rumores da inflação (que não são tão rumores assim) e a intervenção do governo.

    Renda fixa é sempre melhor para os conservadores, mas a Bolsa sempre será um ótimo lugar para investir (estando em alta ou em baixa). Basta saber que papel interpretar.

    Meus caros companheiros, é nessa hora que eu entraria no mercado acionário, definitivamente!

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