sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

FALANDO SOBRE ENDOMARKETING COM ANALISA DE MEDEIROS BRUM



Espero que esteja tudo bem contigo!

Volto hoje com o tema Endomarketing®, pois sinto que cada vez mais as organizações estão “carentes” sobre como trabalhar este recurso. Sintetizei a entrevista que realizei com Analisa Brum, no qual já deixo antecipadamente meu agradecimento pela disposição e conhecimento oferecido.

Vamos lá?


Sobre a entrevistada: Analisa de Medeiros Brum, publicitária, relações públicas, consultora com mais de 20 anos de experiência em Comunicação Social, é Sócia-Diretora da HappyHouseBrasil Agência de Endomarketing e tem vários livros publicados sobre o tema.


Comente um pouco sobre a sua experiência com Endomarketing?
Comecei a estudar sobre Endomarketing no início da década de 90. Em 94, escrevi o primeiro livro no Brasil sobre esse tema. A partir daí, passei a me dedicar exclusivamente ao assunto e, além de ter escrito mais cinco livros, em 2000 criei a HappyHouseBrasil, primeira agência de propaganda interna do país.
Hoje, dedico o meu tempo à agência que é responsável por processos de Endomarketing de grandes empresas brasileiras.


Na sua opinião, o Endomarketing difere do marketing interno?
Não. É apenas duas formas de se dizer a mesma coisa. Endo quer dizer ação interior ou movimento para dentro. Endomarketing é, portanto, Marketing para Dentro, ou seja, Marketing Interno.


O endomarketing acontece em qual área? Seria uma “área link” entre os departamentos de Marketing e Recursos Humanos?
Na minha opinião, o Endomarketing deveria ser fruto de uma parceria entre as áreas de Comunicação Social/Marketing e de Recursos Humanos. A final, a área de Comunicação Social/Marketing domina a estratégia, mas é a área de Recursos Humanos que detém a informação sobre o elemento humano da empresa.
No início da década de 90, quando o tema passou a ser estudado e utilizado, o Endomarketing era associado ao Marketing das empresas.
Hoje, na maior parte das empresas, a Comunicação Interna e o Endomarketing são uma área vinculada aos Recursos Humanos.
Isso aconteceu em função da evolução das áreas de Recursos Humanos que passaram a ter uma atuação muito mais abrangente.


Uma maneira de mensurar o Endomarketing depois de aplicado seria uma Pesquisa de Clima Organizacional?
As pesquisas de clima ou de engajamento hoje utilizadas pelas empresas já contemplam o fator Comunicação Interna/Endomarketing, ou seja, já possui algumas questões relacionadas com esse tema, o que permite a definição de um índice de satisfação.
Mas não podemos confundir Pesquisa de Clima e/ou Engajamento com Pesquisa de Comunicação Interna/Endomarketing.
O instrumento de pesquisa pode ser o mesmo (questionário), assim como a metodologia (quantitativa), mas uma Pesquisa de Comunicação Interna/Endomarketing deve ser formatada com base em itens como: informação, integração, sistemática do processo e comunicação direta (Face a Face). Além disso, deve medir o índice de satisfação do público interno com cada canal de Comunicação Interna existente na empresa.
Estamos falando, portanto, de duas pesquisas completamente diferentes. Podem ser complementares, mas são diferentes.


Quando lidamos com fator humano é muito difícil trazer o comprometimento do colaborador para dentro da organização, tentar obrigar esta atitude aos colaboradores sem oferecer recursos é um grande desafio, portanto o Endomarketing seria um destes recursos que poderíamos oferecer para motivação dos colaboradores?
A Comunicação Interna serve para trabalhar a informação e a integração dentro de uma empresa com vistas à motivação e ao comprometimento.
O Endomarketing possui os mesmos objetivos, mas inclui competições, premiações e outras dinâmicas, além daquilo que chamamos de propaganda interna (campanhas).
Comunicação Interna e Endomarketing são, portanto, dois importantes recursos que, realizados conjuntamente, contribuem para a motivação e o comprometimento das pessoas. Mas apenas contribuem. A motivação e o comprometimento são decorrentes de uma série de fatores. Comunicação Interna e Endomarketing são apenas dois deles, ou apenas estratégias para que os outros fatores como remuneração, incentivos, benefícios, etc., sejam percebidos pelas pessoas, de forma positiva.
Penso que é importante colocar, de forma clara, as diferenças entre Comunicação Interna e Endomarketing: quando uma empresa trabalha a informação internamente está fazendo Comunicação Interna. Estou me referindo à informação de gestão, de Recursos Humanos, de Mercado e Produto, etc. Quando a empresa realiza campanhas e ações que buscam o engajamento das pessoas, utilizando, para isso, técnicas e estratégias de marketing, está fazendo Endomarketing.
Uma informação escrita num jornal, informativo ou e-mail é Comunicação Interna. Essa mesma informação colocada num cartaz, com frase de efeito, fotografia ou ilustração, cor, chamada “gancho” publicitário, etc., é Endomarketing.


A grande maioria das empresas possui vários ambientes separados, por exemplo: Produção, Vendas, Administrativo, etc. Como conseguimos aliar estes ambientes através do Endomarketing? Pois são áreas com objetivos diferentes.
O Endomarketing tem como objetivo integrar o empregado à empresa através de um bom processo de informação e de técnicas e estratégias de marketing. A integração entre áreas não é um objetivo de Endomarketing, embora possa ser resultado de um bom trabalho de Comunicação Interna.
O que quero dizer é o seguinte: integração total, de fato, não existe. As empresas, hoje, estão cada vez mais departamentalizadas e focadas em resultado. Isso faz com que o individualismo, especialmente em função da competição e da própria cobrança da empresa por resultados concretos, seja cada vez mais presente nas empresas.
Um bom processo de Comunicação Interna e de Endomarketing pode fazer com que a integração melhore, mas jamais vai resolver essa questão totalmente, pois ela é inerente ao processo das empresas na busca por resultados.


Após a implementação dos projetos de Endomarketing feitos pela sua empresa, o feedback é positivo por parte do contratante?
Normalmente é, tanto que existem clientes que estão conosco dede a fundação da agência em 2000.
Costumo dizer que nunca vi uma empresa se arrepender de fazer Endomarketing ou voltar atrás. Depois que dão início ao processo e passam a fazer Comunicação Interna de forma profissional, chegando até ao Endomarketing, as empresas apenas evoluem nos seus processos de informação e de integração.
Mas é importante dizer que o resultado de um processo não depende apenas da agência. São 50% para cada parte. Quando a empresa não está preparada e não se dedica a um processo de Comunicação Interna/Endomarketing, pode contratar a maior e melhor agência do país que o trabalho não terá resultado.
Além disso, não existem 100% de resultado em Endomarketing, pois estamos sempre tratando com seres variáveis, dentro de uma relação capital/trabalho.


Para finalizar, com o endomarketing já implementado é necessário à manutenção por parte da consultoria ou normalmente as empresas conseguem manter este trabalho?
A consultoria é importante no início de um processo para os esforços de Diagnóstico e de Planejamento. Depois de definidos o posicionamento interno, os conceitos a serem trabalhados, os canais que serão utilizados, etc., o esforço de Comunicação Interna e Endomarketing pode ter continuidade com o apoio de um bureau de criação ou uma agência de Endomarketing como a HappyHouseBrasil.
Acredito que a parte mais importante é a inicial, por isso somos uma agência de propaganda interna com espírito de consultoria. Acredito que sem definir posicionamento, conceitos, canais... qualquer esforço se torna um desperdício de recursos.


Espero que tenha gostado da entrevista. Estou à disposição para trocar ideias.


Por Eduardo Silva



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Eduardo Silva, é graduado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário da FEI, obteve destaque em seu projeto final de conclusão de curso sobre Endomarketing®, venceu a 3ª Feira de Plano de Negócios na mesma instituição (apresentado case sobre sustentabilidade). Atualmente, trabalha com Planejamento Comercial e também é aluno do MBA em Marketing da FGV. Um amante da cidade de São Paulo onde nasceu e foi criado, apaixonado pela rotina praticamente “maluca” que impera no local e um apreciador da boêmia que o conforta e acolhe fornecendo o contrapeso para o dia-a-dia.


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