Vi esse artigo escrito por Carlos Faccina e não pude deixar de comentá-lo:
Há 30 anos, fazer Engenharia era uma das principais opções dos jovens
estudantes que apostavam numa carreira de sucesso. Embora muito
procurada, as opções do mercado de trabalho já não correspondiam à
realidade nessa área, resultado da recessão que atingia o país. No começo dos anos 80, é muito lembrada a história do engenheiro
que, sem expectativas de atuar em sua área, abriu uma lanchonete na
avenida Paulista com o sugestivo nome “O engenheiro que virou suco”. Um
símbolo de uma época. Vivemos uma outra era, agora oposta, para atender a economia
aquecida brasileira, que tem conseguido se “descolar” da crise mundial e
com dois grande eventos internacionais a serem recebidos nos próximos
anos, que exigem forte investimento em infraestrutura.
O Brasil é o país dos paradoxos, e essa falta de engenheiros é um
deles. Nos últimos 10 anos, as escolas de engenharia não conseguem
“produzir” pessoal qualificado para atender a crescente demanda por este
tipo de profissional. Faltaram candidatos, muitos desistiram nos
primeiros anos, levando, inclusive, a que cursos tradicionais fossem
encerrados. Agora, o mercado grita por engenheiros. E os que existem, relatam as empresas, não estão preparados.
O Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia (Confea)
informa que temos 712,4 mil engenheiros no país. Já um estudo do
Conselho Nacional da Indústria (CNI) aponta que, para dar conta da
demanda por esses profissionais, seria necessário formar 60 mil
engenheiros por ano no Brasil. Mas o que acontece é que que apenas 32
mil obtêm o diploma a cada ano.
O ministro Aloizio Mercadante destacou que, com bolsas anunciadas
pelo Governo federal, um dos focos é a formação de mais engenheiros. “No
Brasil, formamos um engenheiro a cada 50 formandos, enquanto a Coreia
forma um engenheiro a cada quatro formandos. Temos que acelerar essa
formação”, explicou o ministro. Enquanto isso, a China forma, por ano, 400 mil engenheiros, a Índia,
250 mil, a Rússia, 100 mil, e a Coreia do Sul, 80 mil. Não é justo
comparar o Brasil com países que têm tradição de investimento na
educação de médio e longo prazos. Mas a considerar que a decorrência
dessa situação reflete-se no aumento dos salários dos engenheiros, a
engenharia representa uma área de grande potencial de importação de mão
de obra.
O autor também diz que há rumores de diminuírem o tempo de graduação para suprir essa demanda, dos atuais 5 anos para 3 anos mais 1 ano e meio de especialização técnica...mas, espera: o problema não é justamente a falta de qualificação? Já sofri com esse problema em minha primeira graduação (basicamente o mercado pede, desde o nível estagiário -onde a pessoa supostamente deve aprender, requisitos que os candidatos não conseguem cumprir, como cursos caríssimos de algum programa específico que, a não ser que o candidato a vaga tenha uma belíssima fonte de renda, não terá condições de manter nem o curso e muito menos suas atualizações) então não deveriam rever esse conceito para preparar os brasileiros a longo prazo, como os outros países fazem bem sucedidamente?
Até a próxima,
Érika C. Silva
Não seriam mas ofertas de trabalho ou grandes exigências acadêmicas a causa deste tal apagão?
ResponderExcluirNa minha opinião são ambos: muita oferta de trabalho e pouca preparação acadêmica resultaram nessa falta de qualificação, mas ao invés de investirem na educação querem justamente reduzi-la.
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