quinta-feira, 31 de março de 2011

INFOMONEY - A ESCOLHA DE UMA SEGUNDA GRADUAÇÃO



Ter duas graduações no currículo parece atraente. E muitos estudantes acabam emendando uma faculdade na outra e deixando para depois uma pós ou especialização. Antes de fazer essa escolha, no entanto, eles devem ponderar entre as vantagens e desvantagens desse caminho profissional, porque nem sempre a segunda graduação pode pesar mais para a vida profissional.

Para o diretor da Catho Educação, Constantino Cavalheiro, na verdade, a segunda graduação não faz diferença no mercado de trabalho. “Fazer uma segunda graduação só faz sentido quando a pessoa quer mudar de área de atuação”, argumenta. “No início de carreira, vale mais a pena ter experiência no mercado para, depois, investir em uma especialização”, aponta.

A vontade de completar uma segunda graduação, conforme explica o superintendente do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágio), Carlos Alberto Cavalheiro, vem, muitas vezes, da ideia de que esse novo título pode ser um complemento do primeiro e pesar no currículo. “A segunda graduação, na verdade, ainda consiste na formação do estudante, a pós é que é um complemento”, afirma.

Ele, no entanto, não vê tantas desvantagens nessa escolha. “Essa opção agrega conhecimento ao estudante e valor ao currículo”, afirma. Apesar disso, Carlos Alberto atenta que os estudantes devem avaliar o rumo que querem dar às suas carreiras antes de optar por uma segunda graduação. “É um investimento de carreira muito grande, e é preciso fazer uma análise de carreira e do mercado da área”, considera.

Em áreas em que o mercado exige sólido conhecimento teórico, como Engenharia, uma segunda graduação pode fazer a diferença, acredita o especialista, ou mesmo quando determinadas áreas não possuem uma pós-graduação específica, como ocorre em muitas áreas de Humanas.



Uma segunda graduação

Os motivos que levam muitos estudantes a emendar uma graduação na outra são diversos. Para Carlos Alberto, esse caminho é muito comum. “Muitas vezes, a própria carreira leva o estudante a fazer isso”, diz. Um exemplo é o profissional que faz Ciências Sociais e depois História. Uma graduação leva à outra.

A mudança de carreira, após uma decepção com a primeira graduação, também é um dos motivos que levam os estudantes a postergarem uma especialização e voltarem para a faculdade. “De repente, esse estudante não se identificou com a carreira e optou por mudar de caminho”, completa o especialista.

Embora não muito comum, o gosto pessoal também é uma das razões para cursar outra graduação. Um recém-formado em Engenharia pode entrar em Filosofia porque gosta da grade curricular ou porque se interessa por essas questões. Para a carreira dele, pode não fazer diferença. Mas fazer o que gosta ajuda até a ampliar a qualidade de vida.



Ponderação

Não importa os motivos que fazem alguns estudantes trilharem por esse caminho, fazer uma segunda graduação, na avaliação dos especialistas consultados, é uma escolha que deve ser ponderada. E, para isso, ter um planejamento de carreira ajuda na hora dessa avaliação.

Para Constantino Cavalheiro, do Nube, os estudantes devem lembrar que uma segunda graduação demanda tempo e, muitas vezes, dinheiro. “Esse estudante já tem uma formação e em uma segunda graduação ele verá matérias que muitas vezes ele já viu. Ele não precisa ver de novo”, defende.

O especialista ressalta que o período pós-formatura deve ser utilizado para o estudante adquirir experiência de mercado. “O período entre a finalização da graduação e o início da pós é importante para adquirir experiência”, afirma. “E na pós o que importa é a troca de experiências, muito mais que a formação, que esse estudante já teve”.

“Essa questão de tempo é muito relativa para alguns”, observa Carlos Alberto, da Catho. “Mas é imprescindível o estudante olhar para a sua carreira e para o mercado e observar a necessidade de uma pós ou uma segunda graduação”, afirma.


Obrigado,
Yuri Oliveira Carneiro

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