segunda-feira, 28 de março de 2011

ÉPOCA NEGÓCIOS - ALÉM DOS NÚMEROS



Em visita ao site da Época Negócios, fiquei intrigado com a reportagem "Além dos núm3ros".

Escrita por Roger Martin, ele afirma que "Vivemos em um mundo cada vez mais complexo e caótico onde não é possível tomar decisões baseadas apenas em cifras e equações." E diz como que executivos devem agir diante desse cenário.

Roger começa dizendo que o mundo deixou de usar um olhar quantitativo, e passou a se preocupar com previsões. Já é de conhecimento geral que os atuais executivos se utilizam de prognósticos para manter toda a empresa no caminho certo. Números não são o bastante, sendo preciso um conhecimento prévio do mercado para se antecipar a prováveis problemas ou troca de rumo.

Roger ousa um pouco mais, dizendo que os economistas, devido a sua essência quantitativa, vivem errando em suas previsões. Cita belos exemplos como a recessão e sua seguinte recuperação, ambas com previsões erradas por parte dos economistas.

Nem mesmo os CEOs fogem da análise. Roger cita que apesar das orientações trimestrais (um período característico por sua maior precisão) baseadas em sofisticados sistemas de planejamento financeiro, ainda assim continuam errando, pois eles não podem dizer com exatidão nem com meses de antecedência o desempenho de sua empresa.

Segue sua reportagem mantendo a mesma linha de pensamento que a minha, dizendo que é natural que busquemos formas de compreender e controlar tudo o que pudermos, dada a complexidade do dia-a-dia.

Depois de expor vários cases e fundamentar sua teoria com relatos de pessoas importantes de grandes empresas, segue os três conselhos em relação ao paradigma da qualidade segundo ele:

Em primeiro lugar,

Espero que tenha ficado claro que tomar decisões não tem a ver só com equações e símbolos. Temos de usar todos os sentidos na hora de formar uma opinião e de tomar decisões. Os números podem nos ajudar a descrever uma experiência sensorial, mas não podem substituí-la. A.G. Lafley, ex-presidente e CEO da P&G, um dos melhores CEOs do mundo no tempo em que ocupou o cargo, me disse certa vez: "A análise nunca nos dá a resposta. O máximo que ela faz é fornecer subsídios úteis à avaliação do problema. Se você acha que a análise vai lhe dar a resposta, lamento dizer que essa resposta vai desapontá-lo".

Em segundo lugar,

Jamais despreze um sentimento forte que você não consegue explicar. Em setores em que sua experiência qualitativa está apenas começando, os sentimentos virão à frente da sua capacidade de explicá-los a outra pessoa – sobretudo porque você mesmo não consegue explicá-los para si próprio. Isso, porém, não significa que estejam errados. Em vez de ignorar esses sentimentos, você deve integrá-los à sua análise quantitativa.

Em terceiro lugar,

Cultive a surpresa e aprenda a acolhê-la. Se o tipo de ação que você escolheu para sua empresa – isto é, seu modelo – está produzindo um resultado que você não esperava, não fique chateado e não jogue fora seu experimento. Em vez disso, aprenda com ele e faça os ajustes necessários ao modelo.
Eu não vejo a atual situação como o Roger, que parece se expressar como uma coisa crítica e generalizada. Ainda temos sim, muitos profissionais que se guiam somente por números, mas vejo que a grande maioria hoje não se comporta bem assim. Logicamente toda empresa precisa de números. Não há meio mais preciso que isso (mesmo que ainda haja falhas, pois nada é perfeito), mas mesmo assim, ninguém usa somente números.

Os números mostram um retrato da situação atual, como uma foto de família. Como todo retrato, é uma imagem estática de como a situação estava naquele momento específico. Não se pode prever o destino daquelas pessoas somente vendo uma foto. É preciso acompanhar e ter um olhar mais humanístico nas análises. Não podemos controlar tudo (infelizmente), mas ainda assim, números nos servem muito bem até certo ponto.

Quem quiser conferir a reportagem na íntegra, acesse o link: ÉPOCA NEGÓCIOS

Obrigado,
Yuri Oliveira Carneiro

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