Refletindo sobre a capacidade instrutiva dos brasileiros em geral, percebo a clara formação de uma pirâmide. Nela é constituída da na base pela maioria da população, em que podemos ver uma formação somente no ensino médio. A camada acima seria constituída pela parte da população que teria ensino técnico. Acima teríamos toda a parte de graduação superior e etc. Para ilustrar melhor, fiz um esboço do que pensei inicialmente:
O que de fato não seria ruim, se a qualidade do ensino fosse igualmente proporcional aos incentivos dados.
A questão que eu quero levantar é: Seriam esses programas de inclusão no ensino superior realmente efetivos para o progresso intelectual no Brasil, ou somente uma manobra governamental para agradar a população?
Fala-se tanto hoje em dia na geração de empregos, e no entanto fala-se também na dificuldade de absorção de profissionais com ensino superior. Antigamente, pagava-se muito para esse tipo de profissional, e hoje em dia, raramente vemos um profissional graduado sair da faculdade com um bom emprego no seu ramo.
A oportunidade e a idéia em si são ótimos. Vejam vocês que eu mesmo sou bolsista integral do programa, e confesso que se não fosse por ele eu talvez nunca estivesse cursando o ensino superior.
Estou preocupado mesmo com a absorção de profissionais qualificados. E estendendo um pouco mais a minha preocupação, penso no reflexo desse programa nas instituições de ensino que fornecem as bolsas. Acho que agora me faço entender melhor em números:
- Segundo o Ministério da Educação, desde o início do programa, em 2005, foram concedidas 863.000 bolsas em todo território nacional, sendo que atualmente só estão sendo utilizadas 472.396.
- No início deste ano, o número de inscritos foi aproximadamente 1.048.000 candidatos, para somente 123.000 bolsas de estudo.
- Antes tínhamos somente 1 dia de prova do ENEM, hoje temos 2 dias e mais a maratona de espera pela aprovação da bolsa por parte da universidade [não sendo garantia de nada].
- A redação sempre deixa aproximadamente 65% dos candidatos abaixo da média.
- Problemas gritantes com divulgação de gabaritos, vazamento de provas e correções duvidosas, sem contar com bolsas concedidas a pessoas que não têm a mínima necessidade são cada vez mais comuns.
- Tudo isso é ilustrado na opinião da população quanto a qualidade da educação: O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em sua pesquisa realizada no início deste ano, mostra que metade (48,7%) de toda população nacional afirma a melhora do ensino. Do restante, 27,3% diz que não viu nenhuma mudança e 24,2% afirmam que piorou.
Vi em uma serie de jornais que a medida proposta era aumentar o numero de vagas ofertadas para o PROUNI. Acredito que uma otimização das bolsas já esteja de bom tamanho. Temos muitas cadeiras vagas, e estamos filtrando demais a entrada dos convidados. A solução no meu ponto de vista deveria ser acompanhada por um programa de iniciação desses novos profissionais no mercado de trabalho.
Não sei se existe algo do tipo, mas imagino como seria maravilhoso se o SEBRAE ou qualquer outro relacionado criasse uma "empresa" em que se contratasse esses profissionais que não conseguiram iniciar no mercado nem mesmo com o estágio. Você estaria aproveitando o ar novo e todo o entusiasmo desses novos profissionais em retorno do próprio investimento do governo. Para deixar mais simples de se entender, seria como um FUNDAP melhorado.
Fazendo isso, você estaria cuidando da formação básica, encaminhando esse estudante para uma formação fundamental, que por sua vez já poderia ser integrada com um nível técnico (famosas ETEC's), que então dariam subsídios para que esse mesmo estudante ingressasse na universidade (por meio do PROUNI), e por fim ele seria direcionado ao mercado de trabalho.
Acredito que isso possa ser feito.
Acredito em um Brasil "com letra maiúscula e com s"
Acredito em cada estudante.
Muito Obrigado,
Yuri Oliveira Carneiro
Fontes:
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